antes que histérica, histórica.

Antes que histérica, histórica.

Dia 8 de março de 2020. “Dia das Mulheres”. Mas o que é ser mulher?

Ser mulher não é sobre uma vestimenta, um órgão sexual ou o tamanho do cabelo. Não é sobre ter, ou não, pelos ao longo do corpo, ter um tom de voz mais alto ou sobre a cor das unhas. Sinceramente, eu esperava mais do século 21, por diminuir tanto alguém com tamanha luta. Não sou histérica, sou histórica. Me recuso a aceitar que minha luta seja diminuída.

“Dia das mulheres”. O que é um dia para uma mulher? É ganhar uma flor, em meio a tanta violência? Por que uma flor? Pareço frágil a você? Não quero textos e abraços, e sim respeito, que venham lutar conosco também. De que adianta dizer que o dia das mulheres é ”todo dia” e “muito mais que uma rosa” se, ao longo do ano, suas atitudes não condizem com suas falas?

É óbvio que, vivendo em uma sociedade estruturalmente machista, é impossível que não reproduzamos palavras de tal cunho, porém, não corrigir (ou tentar) o seu amigo que acredita que “não” é “sim”, que diz que objetifica mulheres e as reduzem a um corpo, que brinca com situações como “colocar algo em uma bebida”, que desrespeita, interrompe entre infelizes situações que ocorrem diariamente, é ser mais uma pessoa machista entre muitas.

Chega de “já que hoje é dia das mulheres (…)”. Chega de falsa empatia. Quem se importa com a luta, não fala sobre dia, e sim sobre a VIDA das mulheres. Vida. Parece até ironia dizer de vida das mulheres quando a taxa de feminicídio registrada no Brasil é a quinta maior do MUNDO.

Repito: Antes que histérica, HISTÓRICA.

Deve ser pedir muito, quando peço por respeito e igualdade.

Maria Clara Lima Abrão

2 comentários em “antes que histérica, histórica.

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